billy elliot
Dirigido pelo britânico Stephen Daldry, ‘Billy Elliot’, felizmente lançado no Brasil sem nenhum subtítulo idiota, conta a história do menino Billy Elliot, de 11 anos, que vive em uma família pobre, com sua avó, seu pai e um irmão mais velho. Frágil na aparência é obrigado pelo pai a fazer aulas de boxe, uma tradição machista da família. Billy também gostava de tocar piano, o que o pai também odiava, ao ponto de queimá-lo para aquecer a ceia de natal. Com a greve dos mineradores da cidade, as aulas da academia de balé passam a ser no mesmo ginásio onde Billy tem suas aulas de boxe, e ele passa a se interessar pela dança e a imitar os movimentos delicados das meninas.
A professora de balé ao perceber o interesse de Billy, passa a dar mais atenção ao garoto, estimulando-o a fazer um teste na mais conceituada escola de dança da Inglaterra. ‘Billy Elliot’ tem um humor inteligente, tipicamente britânico, que mostra uma história de amizade, solidão e auto-reconhecimento. O filme tem cenas belas com Billy ensaiando os passos de dança escondido do pai e correndo pelas ruas da cidade ao som das bandas glitter 'T. Rex' e 'The Jam'. É dramático quando depois de muito resistir e ameaçar o filho, o pai, um rude mineiro de carvão, resolve ajudá-lo contrariando tudo que já fez e falou na vida. Sem conotação homossexual o diretor do filme mostra que o interesse de Billy pelo balé é uma questão de dom, de talento e não de sexualidade. Mas é muito difícil enfrentar os famigerados padrões morais impostos pela sociedade, e mostrar as suas próprias convicções, seus próprios desejos e acima de tudo, o amor pela arte e pela liberdade à truculência da intolerância conservadora e burra.