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Don Byas (1912 - 1972) foi saxofonista tenor, mais associado ao estilo bebop. Ele tocou com Count Basie, Duke Ellington, Art Blakey e Dizzy Gillespie, entre outros, bem como liderou sua própria banda. Carlos Wesley Byas nasceu em Muskogee, Oklahoma, de pais músicos. Sua mãe tocava piano, e o pai clarinete. Byas iniciou sua formação em música clássica, aprendendo a tocar clarinete, violino e saxofone alto, que tocou até o final da década de 20. Benny Carter, que tocava muitos instrumentos, era seu ídolo nesta época. Don Byas começou a tocar em orquestras locais com 17 anos, com o pianista Bennie Moten, o trompetista Terrence Holder e o multi-instrumentista Walter Page. Depois mudou para o saxofone tenor e tocou com várias bandas de Los Angeles. Em 1935 tocou na banda de Lionel Hampton juntamente com o arranjador Eddie Barefield. Em 1937, mudou-se para Nova York para trabalhar com a banda de Eddie Mallory acompanhando a esposa de Mallory, a cantora Ethel Waters, em turnê, e também no Cotton Club. Gravou seu primeiro disco solo ‘Is This to Be My Souvenir’ em 1939. E no início de 1941, teve sua grande chance quando Count Basie o escolheu para suceder Lester Young. Em 1946, foi para a Europa em turnê com a big band de Don Redman. Eles eram a primeira orquestra só de negros a aparecer na capital francesa desde o final da segunda guerra mundial. Byas permaneceu na Europa onde viveu durante os últimos 26 anos de sua vida. Depois de tocar na Bélgica e na Espanha, ele finalmente se estabeleceu em Paris, e foi capaz de gravar quase imediatamente. Enquanto esteve em Genebra, gravou ‘Laura’ e ‘How High the Moon’. Em 1946, gravou pela primeira vez na França. Em 1947 e 1948 viveu em Barcelona. Byas estava no auge de sua forma ao longo destes anos e se tornou uma figura conhecida não só em Paris, mas também na Riviera. O tenor gravava regularmente e tinha muitos amigos. Eles o adoravam, não só pelo seu talento musical, mas também pelas suas habilidades na mesa de bilhar; como desportista da pesca e do mergulho; e como chef de cozinha especialista em comida crioula. Byas finalmente se mudou para Holanda e se casou com uma nativa. E trabalhou extensivamente na Europa, muitas vezes com músicos em turnês tais como Art Blakey, Duke Ellington, Gillespie, Bud Powell e Ben Webster. E também gravou fado com a cantora portuguesa Amália Rodrigues. Byas não retornou aos EUA até 1970, quando se apresentou no Festival de Jazz de Newport. Don Byas morreu em Amsterdam de câncer no pulmão, aos 59 anos.
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Illinois Jacquet (1922 - 2004) foi um saxofonista tenor, mais lembrado por seu solo em ‘Flying Home’, reconhecido como o primeiro solo de saxofone do gênero rhythm and blues. Jean-Baptiste Illinois Jacquet nasceu de uma mãe sioux e um pai crioulo em Broussard, Louisiana e se mudou para Houston, Texas, quando criança, onde foi criado com mais seis irmãos. Seu pai, Gilbert Jacquet, era um bandleader e quando ainda criança Illinois se apresentou na banda de seu pai, tocando saxofone alto. Seu irmão mais velho Russell Jacquet tocava trompete e outro irmão, Linton, bateria. Aos 15 anos, Illinois Jacquet começou a tocar com a orquestra de Milton Larkin, uma banda de dança de Houston. Em 1939, ele se mudou para Los Angeles, Califórnia, onde se encontrou com Nat King Cole. Em 1940, Cole o apresentou a Lionel Hampton, que havia retornado para a Califórnia e estava montando uma banda. Foi Hampton quem pediu ao jovem Jacquet para mudar para o saxofone tenor. Em 1942, aos 19 anos, com a orquestra de Hampton, Jacquet gravou ‘Flying Home’ onde um sax tenor foi ouvido pela primeira vez em discos. A gravação se tornou um hit. E a canção foi exaustivamente tocada nos shows ao vivo e continuou a ser tocada por cada saxofonista que substituiu Jacquet na banda, nomeadamente Arnett Cobb e Dexter Gordon, que alcançaram quase a mesma fama de Jacquet ao tocá-la. Ao sair da banda de Hampton em 1943 juntou-se à orquestra de Cab Calloway. Em 1944, retornou para a Califórnia e começou uma pequena banda com seu irmão Russell e o jovem Charles Mingus. Em 1946, foi para Nova York, e entrou para a orquestra de Count Basie, substituindo Lester Young. Jacquet continuou a tocar, principalmente na Europa, em pequenos grupos até os anos 60 e 70. E liderou a sua banda ‘Illinois Jacquet Big Band’ de 1981 até sua morte. Illinois Jacquet se tornou o primeiro músico de jazz a ser um artista com residência na Universidade de Harvard em 1983. Seus solos da década de 40 e suas apresentações na série de concertos no ‘Jazz at the Philharmonic’ influenciaram o estilo de tocar saxofone no rhythm and blues e no rock and roll, mas também continuou a ser ouvido no jazz, com músicos como Arnett Cobb, que também se tornou famoso por interpretar ‘Flying Home’, bem como Sonny Rollins, Eddie ‘Lockjaw’ Davis e Jimmy Forrest. Jacquet morreu de um ataque cardíaco, com 81 anos de idade.
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Charles Parker (1920 - 1955) foi saxofonista e compositor. No início da sua carreira Parker foi apelidado de Yardbird; esse apelido mais tarde foi encurtado para Bird e permaneceu como seu apelido para o resto da sua vida. Charles Parker é comumente considerado um dos melhores músicos de jazz. Em termos de influência e impacto, sua contribuição foi tão significativa que Charles Mingus comentou que se Bird fosse vivo hoje, ele poderia pensar que estava vivendo em uma parede de espelhos. O talento de Bird é comparado, quase sem argumentos, com músicos lendários tais como Louis Armstrong e Duke Ellington. Sua reputação como um dos melhores saxofonistas é tal que alguns críticos dizem que ele é insuperável; o crítico de jazz Scott Yanow fala por muitos fãs do jazz e músicos, quando sugere que Parker foi indubitavelmente o melhor saxofonista de todos os tempos. A forma inovadora de Parker para melodia, ritmo e harmonia exerceu uma incalculável influência no jazz. Foi assim que, no pós-guerra, ao lado do trompetista Dizzy Gillespie, Parker tornou-se um dos fundadores do bebop, o novo estilo sofisticado com o qual o jazz se tornaria definitivamente música ‘para ouvir’, substituindo a música ‘para dançar’ que havia sido a marca das big bands dos anos 1940. Varias de suas canções tornaram-se standards e inúmeros músicos têm estudado a música de Parker e absorvido elementos do seu estilo. Parker tornou-se um ícone e figura-chave no desenvolvimento conceptivo do jazz como artista e intelectual, ao invés de apenas um entretenedor popular. Por várias vezes, Parker fundiu o jazz com outros estilos musicais, do clássico à música latina e abrindo um caminho seguido mais tarde por outros. Consumido pelo álcool e pelas drogas, Charles Parker teve uma existência breve e trágica, que inspirou criadores como o escritor argentino Julio Cortázar que se inspirou nele para delinear o personagem central do conto ‘O Perseguidor’ e o cineasta Clint Eastwood que recebeu seu primeiro Globo de Ouro com o filme ‘Bird’, de 1988, estrelado por Forest Whitaker, que por sua vez, levou o prêmio de melhor ator no Festival de Cannes. A biografia de Parker contabilizou duas tentativas de suicídio e uma longa internação em um sanatório, antes de chegar ao fim, aos 34 anos. O estrago causado em seu corpo pela vida desregrada era tão grande que o legista atribuiu ao morto a idade de 65 anos. Leia +...
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